Como as mulheres gostam de se vir e o que isso diz sobre elas

Este artigo foi originalmente publicado na VICE USA.

O que se seguiu foi uma implementação metódica de todas as coisas que ele sabia que eram do meu agrado (como nós andávamos a dormir juntos, já lhe tinha mostrado/contado). Porém, estas acções eram forçadas e algo desesperadas, como se fossem pré-concebidas para atingir um determinado objectivo, ao invés de ser, simplesmente, algo natural. Só conseguia pensar em vir-me. Ele estava a esforçar-se demais e eu estava a pensar demais. Conclusão… Nenhum orgasmo. Vamos clarificar uma coisa: para nós, mulheres, virmo-nos não é uma certeza empírica. Às vezes, nem os homens se vêm (sim, loucura!!!). E sim, muitas vezes, nós NÃO nos vimos. Mesmo que um tipo tente ao máximo, mesmo que ele faça o mesmo que tentou da outra vez (aquela vez em que deixou os joelhos da namorada a tremer), mesmo usando todos os truques existentes e não existentes na enciclopédia, não há promessas, não há garantia nenhuma que a mulher se venha.

Não é que exista uma fórmula para o orgasmo feminino. É uma cena maluca. Há alturas em que mal nos tocam e nós arqueamo-nos num espasmo de prazer, mais depressa que uma virgem inexperiente. E depois, há alturas em que todas as estimulações certinhas foram feitas e, ainda assim, o cérebro não corresponde. É como eu já disse: nem sempre nos vimos. Mas, vamos assumir que há alturas em que a nossa vagina e o nosso cérebro, num raro e misericordioso momento, decidem juntar-se e dar um aperto de mão. Portanto, rapazes, prestem atenção, que podem aprender uma coisa ou outra sobre a vossa companheira, por isso estejam atentos ao que se segue.

Uma mulher que curta ficar por cima é uma mulher que gosta de estar no comando. Provavelmente, tem um corte de cabelo cuidado, uma estante organizada por ordem alfabética e dois telemóveis. Esta rapariga também deve ter a melhor lingerie do mundo e vai querer que vocês reconheçam esse facto, por isso tentem tirar-lhe as mamas para fora sem remover o sutiã. Esta miúda sabe o que quer, sabe do que gosta e, ainda melhor, também sabe do que vocês gostam. Aposto que, ao jantar, até foi ela que vos escolheu o prato e saiu-se lindamente. Vocês são só uma espécie de vibrador de carne e osso: relaxem e aproveitem.

Esta mulher acha que já teve um orgasmo com base no que leu em revistas para adolescentes, mas não tem bem a certeza. O mais provável é que nem curta assim tanto fazer sexo. É o tipo de gaja que sai para beber uns copos com as amigas e se auto-proclama uma "autêntica Charlotte", daquela série das mulherzinhas nova-iorquinas.

Quero muito chamar estas gajas de cabras picuinhas, mas detesto usar a palavra "cabra" em relação a mulheres, por isso fiquemo-nos pelo picuinhas. Estas tipas são organizadas e metódicas, cheias de intenção em tudo o que fazem. "Que se foda, não saio daqui sem me vir", pensarão elas depois de umas quecas inúteis (pelo menos para elas). Eu não sou assim, mas se estas gajas decidem que vão ter um orgasmo, vão ter um orgasmo. Preparem-se.

Ah, aqui está uma miúda cheia de paciência. Já tentei ensinar a alguns homens a arte mágica de meter dedos e é como ensinar boas maneiras a um gato: uma pessoa pensa que ele aprendeu e, no dia seguinte, toma! Cocó no chão da cozinha outra vez. Estas mulheres são praticamente umas santas na cama, porque estão na disposição de ensinar e de voltar a ensinar, tantas vezes quantas as necessárias, a mesma coisa a uma criatura com um cérebro do tamanho de uma ervilha - desculpem lá, mas vocês, assim que ficam de pau feito, perdem massa cinzenta. Tudo o que posso fazer é rezar para que me calhe um gajo que tenha passado pela cama de uma destas miúdas.

É o tipo de rapariga com muitos amigos no Facebook, tipo, para cima de mil (podem ir confirmar). Esta pessoa adora ouvir o som da sua voz, seja a falar ou a gemer. O mais provável é que tenha alguns problemas de confiança e que o facto de fazer muito barulho na cama valide mentalmente o acto de estar toda nua com um gajo qualquer que nem conhece assim tão bem.

Lembram-se do tipo que se vinha na vossa cara? Pronto, esse era o namorado desta, na altura do liceu. As expectativas dela na cama têm todas origem no que o namorado ninfomaníaco aprendeu a ver os filmes porcos do pai. Mas, claro, que ele se esqueceu de avisar que essas posições não são as das pessoas normais. O mais provável é que, depois do gajo beita-na-cara, esta miúda tenha namorado com o seu primo sexual, o beita-nas-mamas e, assim, o ciclo prolongou-se e o seu conhecimento sexual ficou ainda mais adulterado. Se querem uma miúda que curta estar pendurada pelo clitoris enquanto vocês a penetram a mil à hora com manteiga de amendoim na pila (que ela depois vai lamber), tudo bem. Mas, sim, é uma cena um pouco assustadora. Não é para toda a gente.

O que há para dizer sobre uma gaja que curte a sensação dos vossos tomates, em vai-e-vem, a bater-lhe na vagina? Aposto que é mesmo boa pessoa e que conta umas piadas malandras óptimas. Vamos ser amigas.

Esta podia ser eu (por favor, confere se não estás na cama comigo). É a gaja que acha piada a peidos e que curte ver-se a foder por um espelho. Sempre que está na cama com alguém, ela imagina que está no seu filme porno pessoal e totalmente feminista. O mais provável é ser uma miúda narcisista, a personagem principal da vida na sua cabeça. Mas, em compensação, até curte levar umas palmadas amigáveis.

Aqui está uma pessoa resolvida. A sério que algumas mulheres ainda se sentem mal por se masturbarem, mas, claramente, não é esse o caso. Os pais deviam ser hippies que a educaram para encarar o sexo cheia de confiança e naturalidade. Contudo, se o passado sexual dela consiste APENAS em sessões de masturbação, o mais provável é ter sido educada por pais católicos que a ensinaram a sentir-se culpada em relação a tudo. Nesse caso, este é o tipo de gaja que se sente suja por pedir ao seu parceiro as coisas que realmente quer que ele lhe faça. Deus não perdoa.

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