Opinião

Oh Não! Chegou o “André Ventura” do CDS-PP

Está aberto o Sporting – Benfica entre os “dois gémeos” da direita portuguesa
“Irmãos amigos” ou alguém vai ser “comido de cebolada”? (Filme Twins/1988. Cortesia Universal Pictures)
“Irmãos amigos” ou alguém vai ser “comido de cebolada”? (Filme Twins/1988. Cortesia Universal Pictures)

Considerar o CDS-PP diferente dos dois maiores partidos que têm repartido o poder em Portugal, é atraiçoar a evidência. Tal como o PS e o PSD, os centristas estão ligados a situações anómalas que em nada dignificam a política.

Ora vê esta lista. Temos:

- o processo Portucale comummente apelidado de “caso dos sobreiros”;

- o "apagão fiscal” em que se esfumaram cerca de 10 mil milhões de euros na vigência de um secretário de Estado “azul bebé”;

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- a birra "irrevogável” de Paulo Portas fez, pelos vistos, com que o país perdesse (em bolsa) mais de 2 mil milhões de euros na altura da Troika;

- na venda do Pavilhão Atlântico houve um suposto favorecimento ao genro de Cavaco Silva por parte de Assunção Cristas, quando esta era ministra;

- o apoio aparentemente incondicional à injecção “desalmada” de dinheiro na banca (numa posição semelhante aos dois do costume);

- o "abraço generoso" à cúpula de Angola e, consequentemente, o eventual benefício de dirigentes do CDS em instituições ligadas ao país africano (cá e lá); temos ainda a venda de património do partido a uma governante angolana num negócio descrito como “ruinoso”;

- e o novo líder do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, não ficou bem na fotografia quando foi noticiado que a sua namorada recebeu durante quase dois anos uma avença mensal da Câmara de Lisboa por prestar assessoria e era raro meter lá os pés. Também não é claro se ele teve ou não influência na escolha da agora noiva para a autarquia.

Francisco foi entronizado como o timoneiro do CDS-PP e, por aquilo que se tem visto, a missão não é fácil. O partido está em queda (passou de 18 para 5 deputados) e vê o Chega a subir em popularidade.

Sabendo que “Chicão” (como é conhecido no Largo do Caldas) tem os mesmos princípios conservadores de André Ventura, os dois parecem mais “gémeos” do que adversários políticos. Outra certeza: no futebol, estão de costas viradas.

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Quem ganha este Sporting-Benfica à direita? Vai sair um empate ou alguém vai ser “comido de cebolada”?

Seja como for, ambos são magníficos nomes para o eleitorado que ainda vive sob os “ideais do século XV”, sendo péssimas alternativas para quem deseja um Portugal progressista e moderno - ou seja, a favor do direito ao aborto, à eutanásia e à adopção de filhos por casais do mesmo sexo. Isto sim, é política sexy.

Nota final: E não é que num recente comício do Chega houve uma saudação nazi? Ignominioso.


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