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Acordo histórico sobre o clima está a poucos dias de entrar em vigor

A decisão segue-se a um acordo entre os líderes dos países da União Europeia que, a meio de Setembro, se comprometeram a acelerar o processo de ratificação.

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE News.

Numa iniciativa que está já a ser considerada "histórica", o Parlamento Europeu aprovou a ratificação do primeiro acordo climático global de obrigatoriedade legal, pelo que a sua entrada em vigor poderá estar a poucos dias de acontecer.

A aprovação chega apenas dois dias depois de o maior emissor mundial de gases para a atmosfera, a Índia, ter ratificado o acordo climático de Paris e uma semana depois de o Planeta ter ultrapassado mais uma barreira histórica na emissão de carbono, atingindo as 400 partes por milhão.

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A decisão segue-se a um acordo entre os líderes dos países da União Europeia que, a meio de Setembro, se comprometeram a acelerar o processo de ratificação. Com a aprovação do Parlamento, espera-se agora que os 28 países-membro individualmente façam o mesmo. "O que alguns acreditavam ser impossível é agora uma realidade", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, no Twitter, em reacção ao anúncio.

A decisão da UE é um passo gigante, já que o acordo climático necessita de um mínimo de 55 países, que representem pelo menos 55 por cento das emissões globais, de forma a que possa ser legalmente vinculativo. Hoje, estão a bordo 62 países, que representam 52 por cento do total de emissões.

A China e os Estados Unidos da América - os maiores emissores mundiais - ratificaram o acordo em Setembro, e espera-se que mais 18 países se sigam em breve, de acordo com o Climate Analytics, um site que acompanha o percurso dos países que aceitaram o acordo.

Colectivamente, a União Europeia é o terceiro maior emissor, depois da China dos EUA, com a índia a surgir em quarto. "Com a acção agora desenvolvida pelo Parlamento Europeu, estou confiante de que seremos capazes de ultrapassar o limite dos 55 por cento muito em breve, talvez mesmo numa questão de dias", salienta o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, em declarações à BBC. E acrescenta: "Sinto-me extremamente honrado por poder testemunhar este momento histórico".

Em Dezembro de 2015, 195 países chegaram a um acordo de princípio sobre o limite de emissões o mais rapidamente possível, de forma a controlar a subida da temperatura média e mantê-la bem abaixo dos 2º Celsius. O objectivo aponta para 1.5ºC, o que evitaria os piores efeitos das catastróficas alterações climáticas.

A terra está consistentemente a aquecer, os glaciares a derreter e os níveis dos mares a subir, e estes são alguns dos indicadores mais fortes de que o clima está efectivamente a mudar, de acordo com os cientistas que seguem a situação.

Em 2015 registaram-se as mais altas temperaturas e os níveis mais elevados dos mares desde que há registos, de acordo com um relatório tornado público em Agosto, que compila informação recolhida por 450 cientistas, em 62 países, sendo que 2016 perfila-se já como o ano em que todos os recordes deverão ser batidos. Em 2015 também vimos 101 tempestades tropicais em várias partes do Mundo, bastantes mais que a média de 82 por ano que se registaram entre 1981 e 2010.