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As Pussy Riot Foram Condenadas

Se você tem algum interesse em punk rock, feminismo, liberdade de expressão e justiça, já deve estar sabendo que Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevic foram condenadas por vandalismo num grande julgamento em Moscou.

Atualização: sexta-feira, dia 17 de agosto: Hoje as Pussy Riot foram consideradas culpadas das acusações de vandalismo. Depois faremos um relatório completo sobre o que acontecer do lado de fora da embaixada russa em Londres, bem como um resumos dos protestos globais, mas por hora esse blog foi editado para refletir isso.

Atualizado novamente depois da sentença. 

Feliz Dia Internacional do Pussy Riot! Triste Dia Internacional do Pussy Riot :( Se você tem algum interesse em punk rock, feminismo, liberdade de expressão e justiça, já deve estar sabendo que Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina e Yekaterina Samutsevic foram condenadas por vandalismo num grande julgamento em Moscou.

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A sentença máxima encarada por elas era de sete anos de prisão, mas acabaram pegando dois, o que ainda é muito ridículo, já que nada foi danificado durante o protesto e ninguém se machucou. Só talvez o ego de Putin e a imagem pública da Igreja Ortodoxa Russa, mas nenhuma dessas coisas (pelo menos aparentemente) são crimes contra qualquer coisa sagrada da lei russa (ainda).

O promotor do caso tentou assegurar que Tolokonnikova, Alyokhina e Samutsevic passassem os próximos três anos fazendo “trabalhos corretivos”.

O julgamento/show chamou a atenção do mundo para a banda, com grupos de protesto prevendo o veredito e se juntando em frente das embaixadas russas do mundo todo para registrar seu descontentamento com o caso.

Em Moscou, a polícia começou a se mover contra os manifestante enquanto a juíza ainda lia o resumo do caso. E por alguma razão, Gary Kasparov foi preso — a conta do Twitter Olaf Koens (@obk) postou essa imagem do gênio do xadrez russo sendo detido brutalmente na traseira de um camburão:

Estamos preparando um relatório completo em fotos das manifestações na embaixada russa em Londres para esta tarde. Por enquanto, você pode seguir os acontecimentos pelos twitters dos nossos repórteres na cena, Simon Childs e Henry Langston.

A última coisa que ouvimos é que várias vans da tropa de choque tinham acabado de chegar.

Em março, as três mulheres foram presas depois de tocar sua “Punk Prayer” na Catedral do Cristo Salvador em Moscou.

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O julgamento provocou uma onda de protestos na Rússia (que a polícia resolveu reprimir com violência), assim como declarações de solidariedade de famosos como Sting, Madonna e Danny DeVito.

A Anistia Internacional liderou uma campanha para chamar atenção para o caso da banda, tentando fazer a Rússia repensar seu conceito de liberdade de expressão e retirar as acusações. A entidade preparou várias petições pelo planeta esperando pressionar o governo russo pela clemência, mas a petição de Washington foi jogada na rua sem cerimônia pelos funcionários da embaixada.

Passamos pela embaixada da Rússia em Londres noite passada (quinta-feira, 17 de agosto) para ver se os funcionários de lá fariam o mesmo. Antes da petição ser entregue, garotas vestidas em seus melhores trajes de Pussy Riot se acorrentaram a cadeiras colocadas na frente da embaixada enquanto um policial nervoso observava. Lá, falei com David Diaz, o vice-diretor da Anistia da Europa e Ásia Central e responsável por entregar a petição.

VICE: Quantas assinaturas você tem nessa petição?
David: Temos cerca de 12 mil assinaturas só do Reino Unido e só das levantadas independentemente pela Anistia. Temos cerca de 200 figuras culturais russas fazendo um apelo, que foi postado num site de uma rádio de Moscou e seguido por uma petição de 45 mil assinaturas em Moscou.

O que a petição pede?
A Anistia definiu as Pussy Riot como prisioneiras de choque de consciência, porque foram acusadas apenas por ter expressado sua opinião pacificamente. Pedimos que elas sejam libertadas imediatamente e incondicionalmente.

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Você acha que eles vão aceitar a petição? Em Washington eles simplesmente jogaram tudo na rua.
Esperamos que sim. Estamos simplesmente transmitindo o que as pessoas sentem sobre as Pussy Riot e tentando garantir seus direitos, é um processo muito simples. Não assumimos qualquer queixa sobre o que aconteceu em Washington. O que é importante é que temos três pessoas encarando acusações criminais por expressarem pacificamente sua dissidência. É isso que importa.

O que acontece com a Rússia se as Pussy Riot forem condenadas?
Agora a Rússia está num momento decisivo que vai mostrar onde eles querem definir seus limites para liberdade de expressão. Proteger a liberdade de expressão é parte da lei internacional. Mas estamos preocupados porque isso ocorre sob um fundo mais amplo de repressão de liberdade de reunião e expressão. Há leis sendo implementadas que pretendem derrubar ONGs estrangeiras. Há também essa nova lei que proíbe qualquer manifestação sem autorização. Sendo assim, aqueles que estão se organizando e participando de protestos são severamente perseguidos e isso é uma violação clara da liberdade de expressão.

O que você espera que aconteça nos protestos de hoje?
Esperamos que a mensagem chegue até as autoridades russas. Existem pessoas, tanto dentro quanto fora da Rússia, que pedem que eles respeitem suas obrigações internacionais. É crítico para a saúde de um governo estar sujeito a críticas, não importa de onde elas venham.

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O que a Anistia vai fazer se as Pussy Riot forem consideradas culpadas?
Continuaremos a pedir pela libertação delas e a trabalhar no caso. Não vamos desistir delas.

Depois da nossa conversa, David entregou a petição para o segurança na frente da embaixada. Felizmente, dessa vez ela não foi jogada na rua e a coisa toda foi tipo um execício civil. No final, todos pegaram seus cartazes e foram pra casa. Julgando pelo peso do descontentamento ao redor do caso e da liberdade das Pussy Riot, o protesto de hoje pode não ser tão amigável.

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Conheça o Pussy Riot

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