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Entretenimento

A internet racista nossa de cada dia

Rodrigo Fernandes, criador do site Jacaré Banguela, usou as redes sociais pra espalhar mais do que não precisamos: o racismo.
Foto via Instagram.

A poeira da Copa do Mundo nem baixou, e mais uma vez ela se tornou o estopim para deixar mais máscaras de racistas caírem em público. Dessa vez, o criador do site Jacaré Banguela, Rodrigo Fernandes, foi lá usar do instrumento que é a rede social para espalhar mais do que não precisamos: o racismo. Rodrigo comparou o filho de Will Smith, Jaden Smith, de 19 anos, com um "flanelinha da Rua Haddock Lobo", região nobre de São Paulo.

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O comentário veio a partir de uma foto entre pai e filho, na final da Copa do Mundo da Rússia, que rolou no domingo (15). E além de tudo, ele kibou de um tuíte racista. Como sempre, o post do comentário racista foi apagado, pedido de desculpas rasas foram dadas, mas a internet não deixou quieto. Vale lembrar que uma vez dito, sempre guardado no histórico da rede mundial de computadores.

Ainda neste mesmo mês de julho, em meio a festividade e gritaria da Copa do Mundo, a internet cedeu um momento para apontar um caso de racismo explícito após o tuíte do youtuber Júlio Cocielo, aquela piadinha sem graça de que Mbappé, hoje, jogador da seleção campeã da Copa, foi comparado a um bandido por ser negro e ágil, apenas. Do que se aprendeu? Nada.

Contratos e campanhas publicitárias da Copa foram canceladas às pressas, em meio ao campeonato mundial. O tribunal da internet estendeu o debate sobre quem são de fato os influencers que geram conteúdo (de qualidade). Tuítes preconceituosos e antigos de youtubers pipocando na timeline e mostrando só mais do mesmo, o racismo nosso de cada dia, que na internet não falta.

E por que Jacaré Banguela colou nos trendings topics nesta terça o dia todo? Para mais uma vez ficar claro que não é só dar aquele deletada pesada, passar o pano em forma de desculpa e suar frio no que pode acontecer daqui para frente (é aqui que o bolso mais sente). Não é sentar e esperar o tribunal da internet condenar ou inocentar. Esse caso expõe mais uma vez que em pleno século 21, vivemos num país (e mundo) racista, onde desculpinhas redigidas servem como passada de mão na cabeça de quem comete o racismo e que a impunidade passa longe. Já deu.

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