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cinema

Filmes: Wolverine

Um dos melhores blockbusters do Verão.

Wolverine
2013
7/10 O mutante mais famoso do planeta chega esta semana aos cinemas de todo o mundo. Apesar da concorrência de robôs gigantes, porno caseiro e paixões proibidas, Wolverine apresenta-se como o mais provável vencedor do que há em cartaz. Se viste o primeiro filme a solo de Wolverine, faz um favor a ti mesmo e esquece completamente toda aquela completa (inserir palavrões aqui) que viste. Este Wolverine não é Wolverine 2, mas sim a continuação da história de X-Men: O Confronto Final, de acordo com o patamar de qualidade que X-Men: O Início apresentou. O realizador James Mangold sabe bem o que faz. Um filme de diversão de Verão, mas feito com os melhores pés e cabeça que um blockbuster pode ter. Quanto ao nosso mutante, Logan, ou Wolverine para os amigos, está nesta aventura na sua versão mais “humana”. Apesar de ser um filme de acção, a prioridade foi mesmo explorar o homem que vive em torno daquele esqueleto de adamantium. Se não sabes o que é isto, “google-it” e ignora a banda de metal que usa este nome. Há muita conversa na net acerca deste metal fictício e os fãs perdem-se em horas de discussão sobre o mesmo. E que o personagem não bate bem da bola, é algo que já se sabe. Todos os filmes e os comics mostram isso. Sempre atormentado, sempre furioso com alguma coisa, que chega a um ponto que poderia chatear tanto mau feitio. Mas ele é o Clint Eastwood dos mutantes, e a atitude até lhe dá o charme que é suposto os “bad boys” terem. Neste filme, o registo é o mesmo. Logan vive nas montanhas, assombrado pela memória de Jean Grey, a mulher que ama e que teve de matar em X-Men: Last Stand. Para nós, rapazitos de todas as idades (que neste campo nunca se cresce muito), temos a vantagem de ver várias vezes o mulherão que é Famke Jensen a aparecer nos sonhos e imaginação de Logan, sempre de camisa de noite. Podia ver-se mais, mas o filme porta-se muito bem neste campo. É ai que aparece a jovem Yukio. E, tal como todas as mulheres, dá uma volta de 180º na vida de qualquer um e arrasta Logan contrariado para o Japão (o rapaz preferia viver numa caverna agarrado a uma garrafa de whiskey… vá-se lá perceber). Agora, o que faria Logan aturar uma viagem de 15 horas de avião? Despedir-se de um homem a quem salvou a vida em Nagasaki durante a Segunda Guerra Mundial e que está moribundo. Mas, afinal, o Mestre Yamada não se quer despedir de Logan. Com uma lata descomunal, propõe passar o factor de cura do mutante para ele próprio e assim acabar com a imortalidade deste. Como seria de esperar Logan não aceita, senão o filme acabava ali. E é claro que é nessa altura que começa a acção a sério do filme. A Yakuza, a máfia japonesa, esforça-se por raptar a neta de Yamada, Mariko. Aparecem os ninjas negros e a óbvia vilã do filme ganha destaque. Cabe, como sempre, ao herói salvar a princesa. Ou tentar, pelo menos. É que alguém desligou aos poucos o seu factor de cura. Logan deixa de se regenerar e todos os tiros e cortes que sofre passam a ter uma grande relevância. A primeira vez que Logan apareceu nos comics americanos foi a enfrentar o Hulk e a sobreviver — esperaríamos aqui um super-homem em versão sanguinária capaz de cortar tudo e todos, sem sofrer nada. Neste filme ,a situação é muito diferente, o homem leva bordoada de meia-noite o filme todo. Parece que tudo o que faz é mesmo apanhar quase de qualquer um que se mete no seu caminho. Pela primeira vez na vida, Logan tem de confiar plenamente de terceiros, como Yukio que assume o papel de seu guarda-costas. Todas estas fragilidades só tornam o seu regresso à velha forma mais espectacular. Como podes ver, este filme gira tanto em torno de mulheres, quanto de Logan. Aliás, talvez até tenha mais a ver com elas. A memória de Jean Grey atira Logan para as montanhas, Yukio trás o “rapaz” de volta à civilização. A mutante “Viper” mostra as suas fragilidades e é por Moriko que Wolverine ressurge mais poderoso do que nunca de dentro de Logan. E assim sendo, percebe-se que todos os motivos para despir Hugh Jackman são válidos. Este é o filme em que o protagonista passa mais tempo sem roupa do que as actrizes. A partir do momento em que Logan aterra no Japão, começa logo a ser enfiado numa banheira e esfregado por duas japonesas. E por aí fora. Por isso, meninas (e alguns meninos sem descriminar ninguém, que é muito feio fazê-lo) têm mais razões para ir ao cinema. Resumidamente, este é, sem dúvida, um dos três melhores blockbusters a estrear neste verão. Uma história de acção bem desenvolvida, que consegue combinar os momentos mais dinâmicos com o desenvolvimento dos personagens. Um detalhe de que já me estava a esquecer. Quando aparecerem os créditos, não saiam logo da sala. Há uma pequena surpresa à vossa espera.