Universidades, escolas, bares, redes sociais e, por que não, corridas de rua. Todo lugar é lugar pra falar sobre preconceito. Não tá botando fé? Então se liga: no dia 20 de fevereiro, um sabadão, às 19h, no Rio de Janeiro, vai rolar uma corrida pela igualdade racial. A ideia é simples até: enquanto liberamos endorfina, refletimos sobre nosso papel na causa da diversidade racial.
A responsável pela convocação é Luana Genót, 27, criadora do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), um grupo que busca diálogo cotidiano sobre preconceito. Engajada na luta contra o racismo, ela quis unir sua paixão de oito anos pela corrida para expandir o debate sobre a questão. “Usar o esporte como plataforma pra falar sobre o racismo é onde está a inteligência da coisa”, diz. “Assim você leva a questão pro dia a dia das pessoas.”
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Luana sentiu e sente na pele o racismo. Ex-modelo, enfrentou bastante discriminação nas passarelas por causa do seu cabelo e do seu tom de pele. “Tive várias portas de trabalho fechadas”, conta. Hoje, diz, ela percebe o preconceito racial como uma violência silenciosa – ou silenciada, se levarmos em conta que o tema ainda é pouco discutido em muitos setores da sociedade. “O racismo passa por uma questão muito subjetiva, mas ainda assim é agressivo”, explica.
A corrida, diz Luana, serve como combustível para lidar com os olhares enviesados em sua direção. Retrata a pressa e a urgência de combater o racismo. “O mais importante é estar ali pela causa e não pela corrida em si”, afirma.
Por mais que seja uma corredora com boa experiência – ano passado correu sua primeira maratona –, Luana decidiu criar uma prova bem democrática. (Leia-se: para todos; inclusive os sedentários.) A prova terá apenas cinco quilômetros, com início e fim em frente à sede da Central Única das Favelas (CUFA), embaixo do viaduto de Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro.
O bairro não foi escolhido à toa. Madureira é ligado à tradição da cultura suburbana carioca. “É importante levar esse debate pra todo lugar, mas Madureira é especial”, conta Luana, nascida e criada na zona norte do Rio. “Aqui tem a cultura das escolas de samba, do baile charme.”
Não há melhor local para iniciar a corrida pelo racismo. A prova contra o preconceito, afinal, deve continuar sempre, em toda esquina, em todo lugar. Bora lá dar nosso apoio?
Para saber mais sobre a corrida acesse: https://web.nike.com/vemjunto/sim-a-igualdade-racial