Créditos: Martin Messier
Ele já usou máquinas de costura e câmeras 8mm — agora, o artista Martin Messier está de volta com uma performance que usa os objetos mais inesperados como ferramentas de som e luz. Ao desencadear uma experiência audiovisual intensa dentro dos confins do teatro Maisonneuve, no centro de Montreal, no fim de semana passado, Messier apresentou a plateia da 16a edição do festival MUTEK à primeira rendição do espetáculo FIELD, um projeto novinho em folha, resultado de experimentos extensos. “Testei várias coisas diferentes para essa nova performance”, Messier contou ao Creators Project. “Em vez de focar em apenas uma ideia, tentei criar variações múltiplas de som, luz e espaço, neste caso, usando dois painéis de conexão”, explicou.
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Crédito: Martin Messier
Embora o conceito central do projeto possa ser definido como a mera captura, manipulação e visualização de campos eletromagnéticos, o artista proveniente de Quebec traduz forças intangíveis numa trilha sonora experimental que complementa um show deslumbrante de luz e sombra. Com a ajuda de um microfone provido de transdutores eletromagnéticos, Messier captura sinais elétricos residuais, imperceptíveis para o ouvido humano, e faz deles a força motriz da performance.
Crédito: Martin Messier
Num vai-e-vem sobre o palco, com movimentos dignos de maestros de consertos, plugando e desplugando cabos entre dois painéis com diversas entradas — o que oferece ao artista infinitas possibilidades criativas —, Messier apresenta um processo de criação espontâneo e original, configurado para gerar um som elétrico rítmico, desconstruído. Luz e sombra marcham em harmonia na tela gigante do teatro, cuja escala, sincronizada com a intensidade sônica da experiência, parece crescer ao longo do show. Após alguns minutos, a plateia encontra-se mergulhada na escuridão, enquanto fios condutores iluminam o palco e piscam loucamente. Para fechar a performance, Messier desliza um violino sobre cabos elétricos. Por fim, com esse trabalho híbrido, ele transforma um fluxo inaudível e invísvel em algo físico, questionando assim a dicotomia entre o material e o imaterial.
Estávamos no teatro na noite de abertura de FIELD — eis o que testemunhamos:
Créditos: Martin Messier
Créditos: Caroline Hayeur
Créditos: Martin Messier
Créditos: Caroline Hayeur
Créditos: Caroline Hayeur
Créditos: Caroline Hayeur
CRÉDITOS DA OBRA
Martin Messier: conceito, composição audiovisual, programação e performance
Interface: Thomas Payette
Design técnico: Thomas Payette, Maxime Bouchard, Frédérique Folly
Produção: 14 lieux
Tradução: Stephanie Fernandes
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