Corra, Mats, *orra!

Foto: Guilherme Santana/VICE

Não podemos afirmar com 100% de certeza, ok, mas há uns 98,5% de chance de você já ter visto Mari Mats pelos muros ou a ouvido pelas noites de São Paulo. A paulistana de 28 anos está sempre no rolê numa de suas funções: grafitando ou tocando uns sons como DJ.

Caso você seja um desses do 1,5% que não a conhecem, fazemos aqui um resuminho: a Mari e uma das minas mais feras nessas duas tarefas que conhecemos. Seus personagens e traços, em constante evolução, se espalham pelas paredes paulistanas há doze anos. Já sua festa, a Boombass, de dancehall, ragga, bass e rap, fincou o pé no circuito independente da cidade e tem edições excepcionais com conhecidos DJs locais e gringos.

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E como se não fosse legal o bastante encontrar com Mari pelas melhores festas e instalações, na semana passada trombamos com a DJ-grafiteira enquanto ela corria. Depois dos cumprimentos suados, ela nos contou que está nessas passadas há dois anos. Pelo menos três vezes por semana, falou, amarra firme os tênis e sai por aí. “A rua te distrai, você faz mais esforço, você não fica pensando no primeiro quilômetro”, diz. Para ela, é um bom recurso pra dar um relax e arejar a cabeça para seus trampos. “É bom pra minha saúde e me faz gastar energia. Sou muito elétrica, muito agitada.”

Mari se conhece bem – é inquieta mesmo. Autodidata, ela aperfeiçoou sua técnica de grafite na raça e na insistência. Na primeira vez que uniu o spray à parede, contou com a ajuda de outra lenda da arte de rua em São Paulo, o Zezão, e o resultado não foi, digamos, o que ela teria orgulho de expor por aí. “Foi um desenho muito feio e eu não tinha noção nenhuma de como mexer com spray”, conta, rindo. “O Zezão me deu umas dicas na hora mas, cê acha, ficou ruim mesmo.” Ela não desanimou. O garranchão fez com que treinasse muito e, depois de muitos testes, conseguisse passar do primeiro quilômetro da arte urbana – o bom traço. “Achava que nunca ia fazer um traço perfeito no spray, mas é aquilo: tudo é treino.”

Tudo é treino mesmo. Depois de se superar no grafite, Mari agora treina para virar uma futura DJ-grafiteira-atleta. Ela até armou uma corrida de três quilômetros na Liberdade para reunir os amigos e incentivá-los a correr. A ideia é que todos colem lá, se exercitem um pouco e, de quebra, vejam nos muros algumas de suas obras mais legais.

A corrida Corre Mats Corre será no dia 13 de fevereiro (sábado), começa na Praça Liberdade, ao lado do metrô, e segue pelo bairro. Bora se juntar?

Para saber mais sobre a corrida da Mari acesse: web.nike.com/vemjunto/index.html#/run/corre-mats-corre


Foto: Guilherme Santana/VICE