Se você for ao Google, digitar “inurl:”ViewerFrame?Mode=” -inurl -intitle” e clicar nos links, vai poder ver e controlar algumas câmeras de vigilância. Isso é bem viciante, o que é estranho, já que a maior parte do tempo acaba-se olhando para marinas italianas desertas ou brincando insistentemente com as câmeras de um estacionamento em Tóquio na esperança de chamar a atenção de pessoas que não estão lá. De qualquer jeito, se bobear já estamos um pouco atrasados com essa notícia. Não somos hackers como o Johnny Lee Miller, por isso temos quase certeza que fomos ultrapassados por um cara qualquer de Sussex vestindo um par de tênis Converse todo desgastado e calças de veludo e que fez do parque de estacionamento em Tóquio uma “Análise da Condição Humana em 2010 por um Fotógrafo Amador”.
Como todas as câmeras são de acesso livre, às vezes acaba-se tendo que lutar pelo controle delas com outras pessoas que também a estejam utilizando. Essa experiência é um pouco como aquele vídeo do Hackers aí em cima — pelo menos foi a impressão que tive. Exceto que, na minha cabeça, a música do Prodigy estava tocando ainda mais alto.
Aqui ficam algumas das imagens das câmeras pelas quais passei as últimas três horas lutando para conseguir o controle:
Videos by VICE
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Girafas adoráveis num jardim zoológico (girei a câmera rapidamente de um lado para o outro e a girafa bebê olhou para mim. Acho eu.)
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Um boneco estranho chamado Martin, num escritório que está urgentemente precisando desmontar a árvore de Natal.
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Não sei o que me deixa mais desconfortável: se o sorriso do Martin ou o fato de que o mundo inteiro consegue espiar o que acontece nesta ala de maternidade.
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Espelho refletindo a luz do sol na lente da câmera (provavelmente alguma metáfora idiota do tipo “olhe para SI PRÓPRIO”).
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Um observatório no quintal de uma casa na Pensilvânia, o que me deixou bastante triste com o meu quintal, que não tem nada a não ser bitucas de cigarro.
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Quando vi isso pela primeira vez, fiquei todo, “Irado, uma roda gigante!”, e depois vi a Estátua da Liberdade e fiquei “Que porra é essa, por que é Nova York está mergulhada em escuridão?”. Depois chequei no Google e vi que se tratava de uma ilha artificial chamada Odaiba, que fica do outro lado da Rainbow Bridge, em Tóquio. Depois me lembrei que já tinha ido pra lá uma vez. É legal ver a vida de ângulos diferentes.
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Uma divisão chamada “royalty room” [sala da realeza], que espero ser o quarto do cachorro de alguém, e não a cela de uma prisão para crianças.
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Irrigadores em uma espécie de rancho. Durante a madrugada, isso parecia uma paisagem pitoresca, mas quando voltei mais tarde, parecia aquele tipo de lugar onde os animais morrem e as pessoas são violentadas.
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Essa é uma câmera com o título promissor de “Terrorcam”. A única coisa de aterrorizante nisso é fato de o cara nem ter bunda.
No fundo, isto nem é assim tão interessante. Estava esperando ver cenas de sexo ou violência ou, no mínimo, pessoas. Acho que vou ficar pelo YouTube mesmo. Lá não podemos andar com a câmera de um lado para o outro e há menos chances de fazer com que qualquer cientista americano comece a ficar paranóico, mas esse é o preço que se paga para ver “coisas acontecendo”.
POR JAMIE LEE CURTIS TAETE VICE US
TRADUÇÃO POR EQUIPE VICE BR
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Credit: ArtMarie via Getty Images -
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Maria Korneeva / Getty Images -