Foto por Patrice Thomas
Trinta anos atrás, os cosmonautas Leonid Popov e Valery Ryumin estavam se preparando para retornar à Terra depois de um recorde de 185 dias flutuando no espaço dentro da estação Salyut 6. Não era apenas o fim de uma longa viagem, mas também o fim de uma era na moda das roupas espaciais russas—a roupa Sokol-K iria em breve ser substituida pelo atual design da Sokol-KV2.
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Lançada pela primeira vez em setembro de 1973, a Sokol-K foi desenhada para proteger os cosmonautas que a usavam dos perigos da depressurização repentina da cabine. Um incidente como este custou a vida de três cosmonautas que retornavam à Terra em 1971 quando uma válvula com defeito acidentalmente explodiu a quase 160 quilômetros da superfície—resultando nas primeiras, e até hoje únicas, mortes no espaço sideral. Depois disso, a agência espacial russa decidiu proteger seus cosmonautas ao encomendar uma roupa sob medida pras partes mais perigosas da missão Soyuz: lançamento, acoplamento e re-entrada.
O projeto foi parar nas mãos do grupo de nome estranho “Pesquisa & Desenvolvimento de Produção Empresa Zvezda”. Especialista em segurança de voo (criaram inclusive um raro assento ejetável para helicópteros), a companhia rejeitou designs existentes e, em vez disso, procurou macacões de voo desenvolvidos para pilotos de caça. Utilizando a roupa de voo Sokol já existente, a Zvezda removeu os detalhes desnecessários e adicionou um sistema de suporte de vida para criar o macacão espacial Sokol-K Rescue, sendo que K significa “Kosmos”.
Imagem por Buran Energia/Vassili Petrovitch
Cada macacão pesava 10 kgs e era feito para caber apenas um cosmonauta. Para entrar na roupa, cada oficial do espaço precisava primeiro entrar nas botas e depois vestir os braços e depois o capacete. Luvas e um visor completavam o look, assim como listras nos braços, peito e pernas para ajustes adicionais depois que a roupa era vestida. Um bom ajuste era essencial, então cada membro da equipe passava duas horas sentado em posição de lançamento para garantir que todas as peças do conjunto estavam perfeitas. Finalmente, antes do lançamento, a roupa era complementada com botas do tipo minimalista cinza de Jil Sander para proteger da sujeira. E não, essa bolsa aqui de cima não é uma sacola incrível arquitetônica, mas uma unidade de troca de calor para manter o cosmonauta em uma boa temperatura. Assim que protegidos, refrescados e engomados, os cosmonautas podiam continuar a tarefa de levar o Comunismo às estrelas e além.
Chris Hatherill co-diretor do super/collider.
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