Politică

O “Até Já” à normalidade

Enquanto não chega a vacina para a Covid-19, há um cheirinho a fim do mundo.
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Obra do espanhol TV Boy recria o clássico norte-americano, “I Want You For U.S. Army”, de J. M. Flagg. (Cortesia Vilaweb.cat).

Inicialmente, o novo Coronavírus gerou discussão polarizada entre quem defendia a fragilidade da doença e os que receavam a sua gravidade, mas rapidamente se tornou em pandemia.

Com o Estado de Emergência activado em diversos países (caso de Portugal), há uma vida que deixamos para trás como se a beleza do passado fizesse uma longa pausa no presente e apontasse para um lento regresso ao futuro. O contágio é tão fácil que “empurra” a população mundial a participar numa impensável roleta russa com odor a pré-Walking Dead.

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Por cá, as medidas do Governo foram tomadas consoante o avolumar do número de infectados (começo a 2 de Março). Opção tardia?

Tendo em conta o chocante que vinha acontecendo na China e, posteriormente, em Itália e no Irão, talvez o Executivo pudesse ter sido mais preventivo a conter a disseminação do surto. Nisto, uma pergunta. Onde anda a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira? Ah, pois… Ela é licenciada em Economia, sem experiência na área médica e parece ter-se evaporado. As escolhas para certas pastas devem ser melhor repensadas.

Com a economia em queda devido a este flagelo sanitário - à espera da ambicionada vacina -, há quem preveja a natural recessão depois de passarmos este “Cabo Bojador” invisível. Uma crise que não tem forma de não ser suportada por Bruxelas e pelo BCE, sendo primordial contar com o apo$o solidário da banca nacional às famílias portuguesas (ou esta não se lembra dos milhões injectados pelos contribuintes?).

No imediato, o tão propalado excedente orçamental conseguido por Centeno deve acudir as empresas que realmente precisem, a fim de não desaparecerem nas próximas semanas. Esperemos é que esta ajuda não se transforme num novo “Pedrogão Grande” em em versão XL, com oportunistas a urdir patranhas. Os aldrabões que ponham a mente em quarentena.

A Covid-19 é tudo aquilo que não gostaríamos que fosse - uma simples gripe - e, assim sendo, se os deveres profissionais não obrigarem ao contrário, fica em casa e sai somente para adquirir bens essenciais.

Por ti, pelos teus e pela comunidade – com destaque para os incansáveis profissionais de Saúde.


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