Quando chegar Dezembro e as listas de Melhores Discos do Ano começarem a cair em catadupa, a tempo de se fundirem com as listas de presentes de Natal (ainda há quem compre discos. Compactos não, mas discos sim) será cristalino o que já agora é óbvio.
2015 está a ser épico. Nada menos.
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Não será fácil. Muitos vão fazê-lo, claro, mas com a consciência absoluta e dolorosa de que de fora ficam álbuns que facilmente vão superar o peso do tempo, e que mereciam lá estar. Mais. Era obrigatório que estivessem. Como numa Selecção All Stars do FIFA ou do PES, em que tens à disposição Maradona, Eusébio, Pelé, Cristiano Ronaldo, Messi, Van Basten…mas só dá para jogar com três lá na frente. Há escolhas piores na vida, pois há, mas para a doença das listas também não há cura, e em anos destes o bicho está lá sempre, a roer.
Toda a gente se lembrou do mesmo, e este meio de década há-de ficar gravado a letras de ouro no panteão discográfico mundial. Soa pomposo e pode parecer exagerado. Não é, e quem anda minimamente atento sabe-o e treme. Um misto de felicidade pelo testemunho da história a acontecer, e desespero por não conseguir comprar um terço do que queria. Valham-nos os streamings desta vida e o Menino Jesus daqui por cinco meses.
Por enquanto, acertamos o passo e tentamos organizar-nos. Até porque, como todos os anos, há aqueles que, chegados à altura, se esfumam nas brumas da memória e da pressão dos deadlines, aqueles que de tão garantidos já lá estão e de lá ninguém os tira, e ainda os que têm edição prevista para os próximos meses, mas lugar reservado com fiança paga. Os Wilco entraram directamente ainda há dias com a edição gratuita de “Star Wars“, os Belle & Sebastian têm “Girls in Peacetime Want to Dance” instalado no pódio desde Janeiro, Sufjan Stevens carrega em “Carrie & Lowell” um consenso monumental, Father John Misty deixou poucos por convencer com “I Love you, Honeybear” e o mesmo se pode dizer de Natalie Prass, Matthew E. White, de Villagers, Unknown Mortal Orchestra, Jim O’Rourke, ou dos improváveis Courtney Barnett e Tobias Jesso Jr. … E ainda vem aí um encantamento chamado “Stuff Like That There” que traz os Yo La Tengo de volta com covers e remakes de cantigas próprias, Kurt Vile com “B’lieve I’m Going Down“, ou o pós “Kaputt” de Destroyer, “Poison Season“, que é bem capaz de andar à porrada com alguém no Top 3. Ah, e o sueco Jens Lekman está a deixar uma canção por dia no Soundcloud, que segundo o próprio, resultará num disco com 52 músicas, chamado “Postcards”.
Isto só pela rama. Há muito mais e, dentro desse “muito mais”, ainda mais. Espreitem lá estes quinze. É pouco, mas é preciso começar por algum lado.
This Is The Kit – “Bashed Out” (Brassland, 2015)
Seth Avett & Jessica Lee Mayfield – “…Sing Elliott Smith” (Ramseur Records, 2015)
Pops Staples – “Don’t Lose This” (Anti-Records, 2015)
Elvis Depressedly – “New Alhambra” (Run For Cover Records, 2015)
The Bird and The Bee – “Recreational Love” (Rostrum, Polydor, 2015)
Vetiver – “Complete Strangers” (Easy Sound Recording Co., 2015)
Sara Lowes – “The Joy of Waiting” (From Railing Records, 2015)
Ducktails – “St. Catherine” (Domino Records, 2015)
Pega Monstro – “Alfarroba” (Upset The Rythm, 2015)
Work Drugs – “Louisa” (Work Drugs, 2015)
The Weather Station – “Loyalty” (Paradise of Bachelors, 2015)
The Wave Pictures – “Great Big Flamingo Burning Moon” (The Wave Pictures, 2015)
The Holydrug Couple – “Moonlust” (Sacred Bones Records, 2015)
Roman à Clef – “Abandonware” (Infinite Best, 2015)
Rozi Plain – “Friend” (Lost Map Records, 2015)
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