Nova Iorque

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Nova Iorque

Conhecer a cultura através dos objectos mais comuns.

Nenhuma pessoa com menos de 40 anos conhece o trabalho do Neil Winokur (pelo menos a julgar pelas muitas com quem falei). Isto parece estranho tento em conta o sucesso deste fotógrafo de 68 anos: o seu trabalho foi exposto no Museu de Arte Moderna, no Museu Metropolitano de Arte e no Museu de Los Angeles. O MoMa incluiu o seu trabalho Pleasures and Terrors of Domestic Comfort. Em 1994, o Smithsonian publicou um livro com as suas fotografias que se chamava Everyday Things. Sendo objectivo, estamos a falar de um artista muito importante. Mas então como é que é possível que no Google apareça uma variedade tão escassa das suas fotos? Devo admitir que só fiquei a conhecer o Neil quando um amigo meu, crítico de fotografia, me falou dele. Também nunca tinha ouvido falar sobre ele. Mas porque é que o trabalho dele não foi sequer referido nas minhas aulas de história da fotografia? Talvez porque a maioria dos artistas com a sua categoria dedicam-se a criar fundações ou a trabalhar com a Lady Gaga ou o Jay-Z. Decidi ir a sua casa, um pequeno apartamento em Manhattan, onde vive com a sua mulher, os seus filhos gémeos e dois gatos. A razão pela qual não o tinha visto nas revistas ou jornais ficou logo óbvia. Ele não é esse tipo de artista. É um homem com os pés na terra e é absolutamente dedicado à sua família. Trabalhou numa livraria de Nova Iorque nas últimas quatro décadas e, por isso, tem a casa cheia de livros. O trabalho deste fotógrafo procura dar a conhecer a cultura através dos objectos mais comuns. Natural de Nova Iorque, aplicou esta lógica na sua cidade natal na série de 1999 chamada, precisamente, New York. Todas estas fotografias são fantásticas e mostram-nos como cada pequeno objecto é importante. “Andy Warhol disse que todos têm 15 minutos de fama”, disse-me o Neil. “Faço natureza morta porque acho que todos deviam partilhar estes objectos”. Isto é o produto da nossa sociedade, para que possam ser vistos como espelhos. Fotografia por Neil Winokur

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