Canções que salvam vidas: Modernos

Está a chover que se desunha. Está um calor infernal. É sexta-feira e estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula. Por outro lado, é sexta-feira, estás em pulgas para a rambóia logo à noite e para fritares a molécula, mas não tens guito. Não te apetece ir trabalhar. Não te apetece estudar. Vais é dar uma volta pela cidade. Espera, está a chover. Pronto, vais ver o mar, que está um calor diabólico. Alto, que isto está cheio de turistas e não dá para ir a lado nenhum. Nunca mais chega a Primavera! Primavera é que não, que é só alergias.

Um gajo nunca está contente. Se não é do cu é das calças. O que vale é que, como toda a gente sabe, há canções que salvam vidas (os Smiths cravaram-no a letras de ouro no cancioneiro pop para toda a eternidade). Semanalmente, e para que a tua vida ganhe um novo sentido e encontres a salvação possível, deixamos por aqui um desses bocadinhos de lírica e melodia (ou ruído e grunhidos selvagens, conforme a disposição) que têm a capacidade de, em pouco mais de três minutos, te salvarem. Se não a vida, pelo menos o dia.

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Fotografia por Carolina Pimenta. Via.

É bicho carpinteiro, ou aquela eterna insatisfação da adolescência, a entrar-lhes pela vida adulta e a moer-lhes o juízo? Demasiado tempo livre, ou uma consciência aterradora do pouco tempo que temos para andar por cá e, por isso, é preciso aproveitar cada momento?

Os Modernos têm essa consciência e até é capaz de ter sido ela que os fez nascer. Gente de canções certeiras nos Capitão Fausto (o disco novo que ai vem entra directamente para aquele lugar pop sagrado onde está, por exemplo, Psicopátria, dos GNR – e não dizemos isto de ânimo leve), Salvador Seabra, Tomás Wallenstein e Manuel Palha (respectivamente, bateria, guitarra/voz e baixo) encontraram neste projecto paralelo uma forma de se salvarem deles próprios. Um veículo de simplicidade rock, como contra-ponto ao refinamento pop e à tensão psicadélica da banda mãe.

Só temos de lhes agradecer. Em vez de simplesmente irem para a praia apanhar sol (ou “conversar”, como canta Wallenstein neste “24”, retirado de EP #1, editado pela Cuca Monga), os Modernos enfiam-se em estúdios, ou salas de ensaio, ou o que quer que seja e… gravam mais canções. Sem pensarem muito. Sem merdas e sem vícios. É rock n’ roll, cheira a liceu e a cerveja ao fim da tarde.. Quem o quiser comprovar ao vivo tem bom remédio: dia 7 de Maio, no Aqui É Puro Fun. Salvé! Aleluia!

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