Masculinity is a Wonderful Thing
Masculinity is a Wonderful Thing
, peça quase incómoda do enigmático quadro de Wanda Group, também não é um disco que chegue ao fim sem levantar primeiro algumas questões. Várias dessas questões estarão aliás ligadas a toda a falta de nitidez que, aos poucos, se acerca de um disco transformado em quarto escuro (com todo o fétiche que há nisso). Mas o Wanda Group que nos priva de associações fáceis — criando assim uma escuta algo desconfortável — é o mesmo que depois nos alimenta com uma generosa refeição feita de muita névoa e fantasmas de sons que podemos imaginar apenas na sua forma mais consistente. Portanto todas as pistas de nova música clássica, industrial e techno, que entram e saem de Masculinity is a Wonderful Thing, fogem à linearidade da mesma maneira que escapam a uma catalogação natural. E é assim que o disco cultiva a sensação de ter sido sonhado em vez de escutado. Mas Wanda Group (Louis Johnstone se preferirem) é um reincidente a trocar-nos as voltas e Outer Alsatian, outro EP de 2013, não funciona em termos muito diferentes destes. Os dois reforçam-se mutuamente e deixam bem assente a ideia de que Wanda Group é um dos mais desafiantes produtores da actualidade, e um cabrão que me deixou bastante à nora com estas duas faixas.
Videos by VICE
More
From VICE
-
Fujifilm X100VI – Credit: Fujifilm -
Indecision suuuucks – Credit: Jacobs Stock Photography Ltd via Getty Images -
Screenshot: Shaun Cichacki -
Photo: Getty Images