Na última quarta-feira (17), o Movimento Passe Livre (MPL) reuniu manifestantes na região do Largo da Batata, Zona Oeste, para o segundo ato contra o aumento da passagem em São Paulo. A marcha que, que teve sua concentração às 17h, pretendia seguir até a casa do prefeito João Doria (PSDB), nos Jardins, para dizer ao gestor que “quatro reais não dá”. O ato, no entanto, teve que mudar seu rumo diante da barreira feita pela Polícia Militar. A manifestação se concentrou entre as avenidas Brigadeiro Faria Lima e Cidade Jardim.
Durante a campanha para prefeitura de São Paulo, Dória chegou a afirmar que a tarifa do transporte público não aumentaria em sua gestão. Depois de uma reunião com o governador Geraldo Alckmin no final de 2017 para acertar o reajuste, o prefeito voltou atrás sobre a promessa de campanha ao dizer que a afirmação “foi fruto de uma única entrevista, confusa e improvisada, que gerou mal entendidos”.
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O MPL diz ter reunido dois mil manifestantes no ato. Bem menor, a estimativa da GCM (Guarda Civil Metropolitana), aponta que cerca de 420 pessoas participaram da manifestação.
Por volta das 20h, a marcha do MPL ocupou a avenida Faria Lima tendo como destino final o Largo da Batata. Depois do fim do ato, com a já tradicional catracada, quando uma réplica de catraca é queimada, foi feita uma barricada na Faria Lima. Registros dão conta de que dois bancos da região foram depredados. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que três menores foram apreendidos “com camisetas pretas nos rostos e portavam pedaços de madeira e pedras, no interior de mochilas, utilizados na ação”.
O fotojornalista Caio Castor, que participa da agência de videorreportagem Pavio responsável pelas fotos desta matéria, afirma ter tido seu equipamento quebrado e confiscado pela PM — é possível ver trechos do momento em um vídeo que circula nas redes sociais. A ação dos policiais teria ocorrido na Rua Eugênio de Medeiros, próxima à estação Pinheiros do Metrô, após o final da marcha.
À VICE, Castor informou que a polícia “viu que eu estava filmando a ação [de repressão contra manifestantes]”. O fotojornalista continua: “Pegaram meu monopé e bateram no chão. Pegaram a câmera da minha mão e jogaram no chão. Eles levaram o monopé, o microfone e a câmera.”
O fotógrafo, no entanto, ainda não prestou queixa oficialmente. A reportagem da VICE entrou em contato com a SSP que informou, por meio de nota, que “a Polícia Militar instaurou uma investigação preliminar que vai apurar a conduta dos policiais envolvidos na abordagem realizada ao fotógrafo Caio Castor durante manifestação realizada na tarde desta quarta-feira (17), bem como outras denúncias que surgirem no transcorrer das investigações”.
O terceiro ato do MPL está marcado para a próxima terça-feira, dia 23.
Mais fotos do ato abaixo:
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