Comecei tirando fotos de pessoas nas ruas, para ver se conseguia capturar momentos interessantes, o que acabou virando um teste de até aonde eu conseguia bisbilhotar a vida dos outros. Descobri que não permitir meu tema me visse proporcionava um efeito mais poderoso na imagem final e levantava mais perguntas – ou pelos menos perguntas mais interessantes. Quanto mais distante eu estivesse como fotógrafo, mais estranhas, voyeurísticas e sinistras eram as imagens.
Comecei a procurar por streams de câmeras de segurança sem proteção, daquelas usadas em estações de esqui, estacionamentos e por funcionários de rodovias. De vez em quando, aparecia a casa de uma pessoa. Depois, uma cama de hospital. E com uma frequência desconfortável, berços. Eu me sentia esquisito, mas estranhamente mais poderoso ao brincar de Janela Indiscreta, e essa é a sensação que quis passar para os outros.
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Todo mundo gosta de ver fotos de outras pessoas fazendo várias coisas, palhaçadas de gente bêbada ou celebridades nuas. Quando é um cara normal tomando café da manhã, ou uma mulher levando o cachorro para passear, há um pensamento persistente dizendo: “Talvez eu não devesse estar testemunhando isso”. Acho que é justamente isso que torna essas imagens interessantes. De um jeito estranho, vejo isso como um Pequeno Irmão moralmente questionável da fotografia de rua.
Veja mais do trabalho de Zachary Pointon aqui.
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Screenshot: Capcom -

Image Credit: Spotify -

Though not pictured here, an iconic rapper had a small, but notable role in this film (Photo by Warner Brothers/Getty Images)
