Viajando em Oslo

Assim que o meu amigo Sindre Solem me contou que sua banda, Obliteration, ia tocar no festival Øya, em Oslo, comecei a planejar minha viagem para a Noruega. Detesto viajar pra fora sem meu próprio fumo, então separei o suficiente para os meus três dias de estadia. Antes eu escondia na cueca, mas desde a minha viagem a Amsterdã, no começo desse ano, tenho escondido junto com meus sapatos na mala.

Como ultimamente a polícia nos aeroportos só se preocupa com líquidos ou coisas de metal com cordas, tem sido cada vez mais fácil entrar com maconha na Escandinávia – um dos lados positivos do universo pós 11 de setembro.

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Chegando lá, peguei um ônibus e fui encontrar a banda em Kolbotn, uma pequena cidade ao Sul de Oslo, onde o Mayhem e o Darkthrone gravaram alguns dos seus primeiros discos.

Já estava bem tarde, e eu estava louco pra fumar um e relaxar depois da tensão de viajar carregado. O Sindre me pediu pra não deixar o Arild, o guitarrista da banda, chapado demais, já que o grande show ia ser no dia seguinte. Lá pelas 2h da manhã estouramos um ao som de Darkness Descends, do Dark Angel. Depois começamos o Diskord de Oslo, e o primeiro disco deles, Doomscapes, que é psicodélico, um death metal progressivo com um vocal meio jazz. Resolvemos fazer uma entrevista com eles.

VICE: Conta aí, Espen, você era fã do Dag Nasty? Pergunto isso porque a sua banda tem o mesmo nome que o selo deles, apesar de ter um “k” bem gay e metal no meio.
Espen T. Hangård (guitarrista): Na verdade eu curtia mais Minor Threat e Fugazi. Admiro muito o Discford, mas não acho que o pessoal do Diskord já tinha ouvido falar deles na época que montamos a banda.

Quando você começou a curtir hardcore?
Eu me envolvi com o hardcore em 1990, quando o squat Blitz ganhou as manchetes em Oslo fazendo passeatas contra a Tatcher. Várias bandas boas tocaram lá, como Life But How To Live It e Stengte Dører. Napalm Death tocou lá em 1988, mas eu só fiquei sabendo no dia seguinte.

Então já tinha uma cena grande em Oslo antes de o black metal tomar conta?
Tinha uma cena hardcore, sim. As bandas Blitz faziam turnês pela Europa toda. A turnê pelos squats da Alemanha e Espanha ainda são chamadas de “Rota Blitz” aqui na Noruega. Mas ainda não tinha muito uma cena metal antes do lance do black metal estourar.

Rolou muito conflito entre as cenas?
Os ativistas da Blitz tinham uma treta com os skinheads. Lembro que alguém escreveu uma matéria dizendo ter visto um pessoal do black metal andando com uns skinheads, então o bicho pegou, haha. Mas alguns skinheads eram chapas dos caras da Blitz. Não tenho muita certeza de onde vem o imaginário nacionalista do black metal, mas sempre achei cafona e caipira.

O segundo disco do Diskord deve sair no ano que vem. diskord.net

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