TRYING TOO HARD
Oi Vice.
Fiquei muito feliz quando a Vice veio pro Brasil. Depois de seis anos e meio morando em NY, a Vice contribuía religiosamente todos os meses em minhas longas viagens de metrô noite adentro ou quando dava um perdido no trampo e até ajudou no problema de prisão de ventre que me atormentou por muitos anos. Era só ter uma Vice ao lado do trono que a cagada descia besuntada.
Sempre fui fã do humor escatológico e desapegado da revista e faltava algo assim no Brasil desde o desaparecimento da Chiclete com Banana das bancas.
Mas foi na edição passada em contribuições nacionais (não tô a fim de dar nomes aos bois) que começaram os velhos e malditos tapinhas nas costas, puxa-saquismo e gente elogiando a si próprio. E neste mês uma entrevista com Alexandre Herchcovitch. Puta que pariu! Na Vice essa oligarquia da FAAP e afins deveria ser vítima e não destaque. Pra esses idiotas já temos a Folha de São Paulo!
Ficou aquela impressão de que tudo que brasileiro toca vira merda. Temos o toque de Midas ao contrário.
Parabéns. Vocês estão fodendo com uma revista legal.
CLAUDIO M.
via e-mail
Nossa, “super Vice” sua cartinha, hein? Hmm… Nem. Mas isso você já sabia, né? Nem, again. Agora sério: muitos parabéns e admiração eterna a você por ter morado (e trabalhado!) em Nova York, que foda! Mas como você tentou ilustrar com suas belas palavras—na verdade uma revelação pública que sua fase anal não foi bem resolvida na infância—, há males que vem pro bem: sua missiva foi inspiradora para que pagássemos um alto soldo para um brother nosso, ex-aluno da FAAP, em troca dessa ilustração. E já que você é tão anglófilo, vai entender nossos sinceros votos de ENJOY!
FUNDO DE GARANTIA
Olá Vice
Queria, ao mesmo tempo, agradecê-los e mandar vocês à merda pela edição do Tigre Branco. À merda porque, até me tocar que aqueles homens bem vestidos em cima de lambretas estavam de pau duro, demorei pra entender o motivo das nojeiras que tive que ouvir do pessoal do meu trabalho enquanto folheava a revista depois do almoço. Sim, colegas imbecis, meu macho dá conta do recado e ainda funciona muito bem! Quando a ficha caiu—e os sentimentos de constrangimento e humilhação tomaram conta de mim—comecei logo a pensar no que faria com meu FGTS assim que fosse demitida por “apreciar putaria no local de trabalho”. Quanto ao agradecimento, vai pelo ensaio das perucas púbicas, que, acredito eu, foi o argumento mais eficaz na tentativa de me explicar naquela situação para o meu chefe. Se não fosse isso já teria aparecido aí com minha carteira de trabalho pedindo emprego.
VIVIAN S.
via e-mail
Vivian,
Bom saber que a gente serve tanto de digestivo quanto pra evitar que você tenha que chupar seu chefe. Por isso, de nada! Mas você vai precisar de uma argumentação muito mais profunda pra convencer a gente a não zoar seu namorado, que demitiu a ereção da cama de vocês, chegando ao ponto de você nem mais notar um pau duro na sua frente—caso não tenha percebido, acabamos de zoar ele. Traz aí sua carteira de trabalho então, mas a gente prefere um fundo que se garanta, saca?
SOBRETUDO SEM NADA POR BAIXO
Oi Vice.
Recebi uma revista da Vice, pedindo para enviar fotos, imagens e outras putarias, aí envio esta, espero que goste. Beijos
WANDERLEY NUNES DE TOLEDO
via e-mail
A gente faz outra revista que não a Vice? E isso logo no início da mensagem… Compreensão de texto, amigo, pelamor. Sem contar que o assunto do e-mail era “Rappel—Imagens Maravilhosas” e anexado você mandou um trecho de pornô muito do malfeito envolvendo rapel. Chato! E pior que foi mesmo o início de algo unilateral como as punhetas que você deve ter dedicado a essas porcarias: mesmo sem a gente responder, você depois mandou um outro vídeo de squirting e um outro de travesti, ambas as vezes sem texto—único detalhe no qual você mandou bem, minimizou o besteirol. Jura que você acha que não sabemos onde encontrar nosso pornô? A gente sabe até fazer, pelamor.
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