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Lars von Trier pode estar em maus lençóis depois da exibição de uma versão extra violenta do seu novo filme

Fotogramma di The House That Jack Built

Este artigo foi originalmente publicado na VICE US.

O mais recente e hiper violento filme de Lars von Trier, The House that Jack Built, causou uma agitação massiva quando estreou em Cannes em Maio último [Nota do editor: a recente estreia em Portugal, no âmbito do Lisbon & Sintra Film Fest, também não foi pacífica e a obra dividiu opiniões]. A coisa é tão brutal e tão cheia de cenas gráficas de mutilação e assassinatos de crianças, que na meca dos festivais de cinema cerca de 100 pessoas abandonaram a sala a meio. Agora, parece que chegou a vez de a Motion Picture Association of America (MPAA) se ter passado.

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De acordo com o Hollywood Reporter, a Associação norte-americana ameaçou com sanções à IFC Films, depois de o estúdio ter organizado uma sessão única de exibição de uma versão director’s cut, sem classificação etária, na última quarta-feira, 28 de Novembro.

No entanto, ao que parece, a MPAA não está chateada que o filme (sobre um serial killer sádico, interpretado por Matt Dillon) seja, basicamente, “duas horas e meia de porno de tortura auto-referencial”. A entidade está furiosa, sim, que a IFC Films tenha exibido a versão não classificada do novo filme de von Trier, tão perto da data de estreia nos cinemas da versão “R-rated”, apontada para Dezembro. Pelos vistos, isso vai contra as regras.

“A MPAA comunicou à distribuidora, IFC Films, que a exibição de uma versão não classificada do filme tão próximo do lançamento da versão classificada – e sem a obtenção de uma licença específica – é uma violação das regras do sistema de classificação”, afirma a entidade, de acodo com o THR. E acrescenta: “O não cumprimento das regras pode criar confusão nos pais e minar o sistema de classificação – e pode levar a sanções contra os incumpridores”.

Basicamente, a MPAA está preocupada que quem foi a esta sessão tenha pensado que iria ver a versão classificada de um filme brutal e sangrento e tenha acabado por comprar bilhete por engano para a sangrenta e ainda mais brutal versão não classificada. A Associação parece ainda particularmente preocupada com os pais que também possam ter cometido o equívoco, mas… bem, não é claro quantas pessoas estariam mesmo a planear levar os seus filhotes a ver Matt Dillon a cortar às postas o peito de uma mulher em The House that Jack Built.

A IFC terá agora que agendar uma audiência para tentar resolver esta confusão. Dependendo do resultado, a MPAA pode revogar a classificação “R” da obra, ou aplicar uma pena de 90 dias de suspensão à distribuidora, impedindo-a assim de submeter filmes ao sistema de classificação nesse período. Por agora, a versão classificada da longa metragem tem estreia marcada para 14 de Dezembro nos cinemas norte-americanos [3 de Janeiro de 2019 em Portugal]. boas notícias para todos aqueles pais impacientes por darem cabo da cabeça dos filhos para o resto da vida.


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