A previsão de chuva para as próximas semanas é de granizo e muito gringo! Mas se depender desse set que o Marginal Men fez para a nossa série MIXED BY, se prepare para muita nota de peixe e bumbum no chão!
Os marginais Gustavo Elsas e Pedro Fontes são os mascarados por trás do projeto que engloba o lado mais sórdido do bass e funk carioca. Eles também fazem parte da crew que vêm bolando as melhores festas do Rio de Janeiro ao lado de Fabio Heinz e Rodrigo S., a Wobble. Envolvidos em outros projetos sempre relacionados à noite paulistana e carioca, eles sabem como animar e segurar uma pista, mesmo com aquele solzão tropical dando um tapa na sua cara avisando que tá na hora de voltar pra casa e, quem sabe, trabalhar um pouco.
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A gente trocou ideia com eles pra saber um pouco mais da história da dupla e da Wobble, qual o rolê deles quando não estão de bandidagi pelo Rio e como eles preparam esse set, que foi gravado ao vivo durante a Wobble #24 em maio (que teve como headliner o ícone trap malvadão ƱZ) e tem até uma track exclusiva e inédita do Addison Groove, “Push It”, que deve sair como single logo menos. Turn down for what??!
THUMP: Há quanto tempo vocês estão juntos?
Gustavo Elsas: A gente considera como o começo do Marginal Men o dia em que gravamos a primeira mixtape, lançada em 4 de agosto de 2012. Vai fazer dois anos já, já.
Pedro Fontes: Gravamos essa mixtape para o concurso da Tranquera e chegamos na final junto com a Amanda Mussi e o Vinzzz, que levou.
E como vocês se conheceram?
G: Nos conhecemos através do Rodrigo S. O Pedro estava voltando pro Rio após um período morando em São Paulo, enquanto eu tinha acabado de mudar para lá. A Wobble já rolava e o Rodrigo S. queria trazer o Pedro para trabalhar conosco. Aí começamos a conversar e nos demos bem. O Pedro me ensinou muita coisa desde a primeira vez que sentamos para conversar, e é assim até hoje!
P: É verdade. Conseguimos afinar nossos gostos e estamos sempre fazendo pesquisas musicais juntos. A parceria deu muito certo, entre nós o aprendizado é contínuo e trocamos muita ideia para manter o trabalho cada vez melhor.
Porque o nome Marginal Men?
G: O nome veio de uma banda de hardcore americana dos anos 80, a Marginal Man. Achei que combinava. Só mudamos o “A” pelo “E”, o singular pelo plural.
E o que faziam antes?
G: Antes do Marginal Men eu já fazia parte da Wobble e tocava com outro projeto, que acabou um pouco antes do Pedro entrar na produção da festa, além de trabalhar sempre com o IHATEFLASH, como fotógrafo. Antes disso fazia parte de um selo de hardcore/punk chamado Oxenti Records que funcionou de 2004 a 2010, que, além de lançar algumas bandas nacionais, trouxe para o Rio de Janeiro várias bandas internacionais.
P: Eu venho do drum’n’bass. Das quartas com DJ Marky na Bunker 94 em Copacabana, e nas quintas-feiras do Lov.e Club, em São Paulo. Nesse meio conheci o Rodrigo S. e o BTK no começo dos anos 2000. Passamos a fazer festas no Rio e subir para as quintas do Lov.e em SP. Eu e o BTK começamos a produzir juntos e tivemos algumas músicas lançadas como BTK & Spleen e, em seguida, como Identity. Em 2006, ainda morando em São Paulo, comecei uma festa com o Chico Cornejo, a Fast Forward, que trouxe pro Brasil alguns grandes nomes do D’n’B, como o Shy FX.
Quando surgiu a Wobble e quantas pessoas fazem parte da crew hoje?
G: A Wobble surgiu em janeiro de 2011 através de um e-mail do Rodrigo S. Na época, eu, Fabio Heinz e ele fomos o que mais nos empolgamos e estamos desde o começo. Com a entrada do Pedro, somos quatro na produção. A Wobble Crew, um grupo fechado do Facebook, que reúne a linha de frente das festas, amigos entusiastas e um vários DJs, tá com pouco mais de 600 pessoas.
E agora que um mora em SP e outro no Rio, como vocês administram isso?
G: Da melhor forma: vivendo dentro de aviões e ônibus fazendo trajetos de ida e volta. “Vivemos na Via Dutra”, costumamos dizer.
P: Quem ganhou mais dinheiro com o Marginal Men até hoje foi o Expresso Brasileiro.
Que outros projetos vocês tem além do Marginal Men?
G: Eu tenho uma residência no Bar Secreto, às sextas-feiras, e trabalho como fotógrafo no IHATEFLASH.
P: Eu começei um selo de 4×4 esse ano com uns amigos aqui do Rio chamado CANA. Também estou trabalhando na firma que vai juntar a produção da Wobble com o da Manie Dansante.
Vocês acham que o som do Marginal ou da Wobble tem mudado com o tempo? Em que direção? O que vocês têm ouvido ultimamente, ou que cena têm acompanhado?
G: Eu tenho ouvido muito footwork/juke. Tô curtindo essa pegada.
P: Muito funk carioca no Soundcloud, http://rinse.fm/podcasts/ e Stray.
E vocês tem mais planos para produzir, depois daquela faixa “Shake that Crack”?
P: Sim. Soltamos dois edits no Soundcloud esses dias e estamos testando na pista algumas produções novas com parceiros como Sants, Manara e C.A.B.L.E. Também estamos fazendo um remix para o DigitalDubs.
Como que foi a escolha das faixas para a mixtape?
P: Escolhemos as músicas na hora, de acordo com a reação da galera na pista da Wobble #24, que rolou em maio na Usina. Influenciou nessa escolha o sub grave do lugar, que é o melhor da cidade.
Tracklist:
Yung Lean – Kyoto
Shlohmo & Jeremih – No More
Big Sean – Mexican
Dark0 – Chaos
Ross/Kanye/Sean – Sanctified (Brenmar Remix)
Katy Perry – Dark Horse (Instrumental)
Brenmar feat. Calore – Payroll
Gillepsy – Webmoney Webguns & Webpussy
DJ Tricks, DJ Kiff & Albyy – Mercy
Addisson Groove – Push It
Trippy Turtle – Poison
Rico Love – They Don’t Know (Sliink Remix)
Stooki Sound – Shrooms
Silkersoft – Wasserlevel
AWE – Crystals
Buku – Fooled
LAXX – Step Two
Doshy – Highjacked
Meridian Dan feat. Big H & JME – German Whip
Nguzunguzu – Skycell
Mr. Carmack – Nasa
Evian Christ – Salt Carousel
S-Type – Billboard (Lido Remix)
G Jones & Bleep Bloop – Phalanges
Marginal Men & C.A.B.L.E. – Shake That Crack
Gladiator – Work
Pyramid Juke – Diamonds
BeauDamian – Soul Calibur
ELOQ – Horny Loop
Cybass – Bigger Than Betelgeuse