Um saião que não é um simples saião. Uma calça reconstruída que nunca passará despercebida. Um blazer vintage repaginado com ilhóses extravagantes. Um shorts-pochete que nem precisa de descrição. Esses são alguns exemplos das peças reutilizadas que o MEMBRANA tem a oferecer.
Guiado pela preocupação em democratizar a moda (no precinho), o MEMBRANA surgiu a partir da união de dois estudantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), Katriel Barbosa, 19, e Isac Leite, 20. Eles perceberam que, interligando os trampos de fotografia e audiovisual do curso, com o interesse pela moda, dava pra botar de pé o projeto de uma marca.
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Cada look serve como estímulo para sair na rua e causar, — mas, além disso, o que contribui para que o MEMBRANA atenda um público que passa longe do das “brusinhas” de shopping, são os preços acessíveis. A ideia da marca? “Fazer uma moda que fosse diferente e conversasse com o que a gente faz, mas que pudesse atingir pessoas que muitas vezes esse tipo de produção não pode atingir”, conta o mineiro Katriel.
Tendo o Rio de Janeiro como cenário, a dupla que toca a marca convoca modelos negros e mestiços, sejam eles magros ou gordos, tipos, definitivamente, que não costumam aparecer em catálogo de lojas de departamento. Katriel explica que a dupla procura “sempre trabalhar com pessoas que façam parte de minorias representativas, como um espaço de dar visibilidade, de dar representatividade, porque são pessoas que são invisibilizadas e que são marginalizadas”.
Os garotos atendem quase todo Brasil, mas conta que boa parte dos pedidos vêm de São Paulo. O Norte e Nordeste também faz uma presença. A ideia, claro, é levar a marca cada vez mais longe. “Da maneira mais acessível possível, vendo todas as pessoas, de todas as classes e todas as etnias se relacionando com o nosso trabalho”, é o que deseja Isac.
A dupla à frente do MEMBRANA também quer tornar a marca um coletivo que possar gerir conteúdo em vídeo. “Entendemos que o trabalho visual, audiovisual, moda, e outros que lidam com o campo da imagem têm esse poder de impacto social muito grande. A imagem dialoga com muito mais gente”, completa Katriel.