Música

Kid Koala Está Pronto pra Quebrar Tudo

Não bastasse o Kid Koala ser um dos mestres dos turntables, ele também faz trilhas sonoras pra filmes e videogames, desenha HQs, já colaborou com uma galera da música e tem dois projetos paralelos mais ativos: o The Slew (com dois integrantes do Wolfmother) e Deltron 3030. Ufa.

No meio desse corre, o canadense (que de australiano só tem o nome artístico) vai colar em São Paulo hoje (8) no SUPERLOFT pra mostrar ao público brasileiro suas manhas de riscar disco e comemorar o lançamento do novo site do Só Pedrada Musical. Ele também deu uma passada em Curitiba ontem (7), e fez um som no 351. Nesse meio tempo, o Kid Koala arrumou uma brecha pra conversar com a gente por email sobre como ele dá conta de fazer tanto projeto ao mesmo tempo, o primeiro turntable da vida dele e em quantos outros trampos ele tá envolvido. Senta que lá vem história:

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THUMP: Você já fez trilhas sonoras originais pra filmes e eu vi na sua página do Facebook que você está envolvido em um projeto de um videogame que vai sair em breve. Poderia dar mais detalhes sobre esse lance?
Kid Koala:
É um videogame baseado nas batalhas do B-Boy feitas à mão em animação 2D. Foi baseado nesses vídeos que o animador Jon Ng e eu fizemos uns anos atrás.

A gente tá desenvolvendo isso com uma companhia chamada Hololabs, aqui em Montreal. É bem empolgante! Tô me divertindo muito fazendo músicas novas pra cada nível [do jogo]. E eu uso todo tipo de equipamento louco no estúdio pra produzir os sons de “bônus” e de “high score”.

Você se lembra da sua primeira turntable? Como ela era e como você a conseguiu?
Eu comecei a riscar os discos no tocador da minha irmã, que era um híbrido de vitrola com sistema de som pra fita cassete, dos anos 1980. Era um sistema “hifi” de plástico barato do tipo “tudo em um”. Eu não tinha condições de pagar por um mixer, então comecei a usar esse aparelho pra cortar o som. O rebobinador de fita cassete também estava quebrado e eu pude gravar algumas coisas e adicionar camadas novas por cima. É tipo um gravador multifaixa primitivo. Meu amigo trabalhava numa rede de fast food e me dava um monte daqueles adesivos pra segurar os papeis de embrulhar hambúrguer. Eu cortava todos em círculos e usava como meus primeiros rótulos de toca-discos!

Você ainda tem esse equipamento?
Sim, ainda tenho! Eu deveria tirar do armário e fazer um show com ele, só pela diversão.

Os métodos de discotecar mudaram muito de uns anos pra cá. Qual a sua impressão sobre isso? Qual a sua opinião sobre o modo de trabalhar dos produtores e DJs de hoje?
A tecnologia sempre muda, mas as pessoas ainda estão tentando comunicar algo ou encontrar um jeito de se expressar. Eu acho isso ótimo!

Você sempre tem algum trampo em andamento e parece que todos eles rolam ao mesmo tempo. É assim mesmo ou é mais uma impressão que as pessoas têm de você?
Sim, eu tenho muitas coisas rolando agora. Sempre foi assim. Alguns desses projetos são bem complexos e levam anos pra terminar.

Eu acabei de compor a trilha sonora do novo filme do diretor brasileiro Pedro Morelli. E tenho planos de fazer mais duas trilhas até o fim do ano. Na parte dos shows ao vivo, estamos fazendo um novo show chamado Nufonia Must Fall. Vai ser dirigido pelo KK Barrett e a trilha é feita ao vivo por mim e pelo quarteto de cordas Afiara. É tipo um filme mudo ao vivo e é uma apresentação bem complexa, mas empolgante. Também tô com algumas datas marcadas com o Vinyl Vaudeville Show, assim como tenho uns compromissos nas pick ups com o Deltron 3030 nesse verão canadense.

Você tem planos de lançar um disco solo ou tem outros projetos na frente?
Eu tenho alguns álbuns em andamento. O primeiro é um disco meio invernal de música eletrônica lenta que eu tô fazendo com a Emiliana Torrini, lá da Islândia. O segundo é um disco de swing com aquele som chiado de turntable, pra esses grupos de swing de Nova Orleans. E, finalmente, estamos trabalhando em um novo álbum com o The Slew. Mais grunge pra jovens skatistas e mosh pits.

O que a gente pode esperar dos seus sets aqui no Brasil?
Fiquei trancado no estúdio durante todo o inverno [do hemisfério Norte], então eu tô pronto pra quebrar tudo!!! A plateia brasileira é sempre incrível! Não vejo a hora!

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