Foi o livro Do Samba ao Funk do Jorjão, do Spirito Santo, que inspirou a carioca Gabz, nascida e criada na favela do Irajá a colocar seu som na rua. Autora de poesias desde a infância, ela diz que escrever sempre foi parte do seu dia-a-dia. “Meu pai é músico e minha família sempre incentivou arte mesmo sendo uma realidade ‘fora do comum’ pra quem nasce na perifa… Lembro de ter feito varias músicas de brincadeira quando era criança e meu pai inclusive colocava harmonia nelas.”
Participante de rodas de slam e freestyle, Gabz solta nessa sexta (13) seu primeiro som oficial, “Do Batuque ao Bass”, que mostra bem sua influência de ritmos negros e periféricos. “A cultura é talvez a maior forma de resistência negra no Brasil. Quando negros tinham seu acesso a escrita e ao ensino formal vetado, a nossa história ficou de fora dos livros didáticos mas a música manteve ela viva”, conta Gabz. “Daí veio o refrão ‘do batuque ao bass’, que resume basicamente os ritmos primordiais negros com o bass que tá presente no funk e no rap.”
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O clipe foi dirigido por Júlia Anquier e mostra Gabz numa casa antiga, “meio colonial”. “Esse lugar, que poderia remeter lembranças pesadas, pode e vai ser ressignificado pela gente, honrando os ancestrais sempre!”, fala. A rapper lança o single pelo selo Contra e diz já ter algumas outras músicas prontas, mas que vai segurar pra lançar um disco. “Ouvi do MC Marechal que o importante mesmo é lançar o som com a qualidade que você acredita e não apenas correr pra se encaixar.”
Ouça “Do Batuque ao Bass” acima e veja abaixo o vídeo que fizemos com Gabz e outros jovens do Complexo da Maré sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro.
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